Entidades da sociedade civil e acadêmicas que integram a Sala de Articulação contra a Desinformação (SAD) estão avaliando o parecer apresentado pelo relator Orlando Silva (PCdoB-SP) sobre o projeto de lei das fake news. Entre as preocupações destacadas está a possibilidade de que a imunidade parlamentar seja estendida para conteúdos publicados por deputados e senadores em redes sociais e mensagens privadas, criando uma categoria acima do resto da população que poderá propagar desinformação. Outra preocupação é a criação de uma “imunidade religiosa”, que poderá ser usada para justificar discursos religiosos em ataques a comunidades LGBTQIA +, religiões de matizes africanas e ao movimento negro, entre outros grupos. Além disso, algumas entidades destacam que o projeto está limitado ao escopo de redes sociais, ferramentas de busca e mensageria instantânea, excluindo outros produtos e serviços digitais que podem conter padrões enganosos e de manipulação. As entidades são favoráveis à criação de um órgão regulador autônomo e independente para lidar com a desinformação, mas essa medida não foi incluída no parecer de Orlando Silva. Por fim, as entidades elogiaram a transparência de procedimentos e questões relacionadas à proteção de dados e privacidade, especialmente no que diz respeito a crianças e adolescentes.